sábado, 30 de janeiro de 2016

Salvador Dali


Salvador Dali | A Tentação de Santo António
Salvador Dali | A Mão
Salvador Dali | A Rosa
Dali | A Última Ceia
Dali | Alucinação Parcial _ 6 Aparições de Lenin sobre o piano 
Dali | Galetea
Dali | Metamorfose de Narciso
Dali | O Enigma sem Fim
Dali | O Grande Masturbador
Dali | O Sonho
Dali | Ovos Estrelado sem o Prato
Dali | Persistência de Memória
Dali | São João Cristo
***
Salvador Dali, um dos maiores pintores de todos os tempos, perseguiu, durante todo o seu percurso artístico, a ideia da transgressão, quer a transgressão temática, desconstruindo as narrativas mitológicas e as narrativas do mundo real, tal como as interpretamos, quer a transgressão formal, ao nível do estilo pictórico e ao nível da figuração, optando por agigantar até ao limite as personagens e todos os elementos físicos das suas composições. Repare-se, por exemplo, no efeito cinético, conseguido na pintura "A Tentação de Santo António", em que o cavalo, desencabrestado, parece querer saltar para fora da tela.  
Dali, tal como Picasso, inaugurou um novo conceito de pintura, que eu designo de surrealismo do fantástico ou, segundo alguns autores, do surrealismo metafórico. Também poderíamos dizer que Dali trabalhou na tela a alucinação, a loucura, a excentricidade e o assombro, numa tentativa de intimidar o espectador, obrigando-o a ser mais activo na observação e na interpretação da obra, já que, em relação ao passado, olhava-se para uma pintura, de uma forma mais passiva e tranquila, tal como se se observasse uma paisagem. Perante uma pintura de Dali, ninguém fica indiferente. Pela intensidade das cores e pela distorção e gigantismo das formas, e, também, pelo uso do plano da profundidade, que dá a sensação de não ter fim, Dali impressiona e cria tensões emocionais nos espectadores. Ele não é o pintor da estética harmoniosa. Na maioria dos seus trabalhos emerge uma tensão de violência e uma sensação de desequilíbrio, à beira do abismo.
                                                                             Alexandre de Castro   

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Gostava de escrever-te um poema de amor…

Pintura de Salvador Dali

Gostava de escrever-te um poema de amor…

Gostava de escrever-te um poema de amor
um poema quente, terno,
um poema diferente,
um poema para além do tempo
e que tu guardasses no espelho do teu quarto
como uma relíquia sagrada, como se fosse
uma manifestação de Fé.
Mas começa a faltar-me o horizonte
para além dos dias…
Falta-me o eterno segredo das árvores seculares,
que, mesmo estando mortas,
continuam hirtas,
continuando de pé
como se estivessem vivas…

Alexandre de Castro

Lisboa, Janeiro de 2016

Gostava de escrever-te um poema de amor…



Gostava de escrever-te um poema de amor…

Gostava de escrever-te um poema de amor
um poema quente, terno,
um poema diferente,
um poema para além do tempo
e que tu guardasses no espelho do teu quarto
como uma relíquia sagrada, como se fosse
uma manifestação de Fé.
Mas começa a faltar-me o horizonte
para além dos dias…
Falta-me o eterno segredo das árvores seculares,
que, mesmo estando mortas,
continuam hirtas,
continuando de pé
como se estivessem vivas…

Alexandre de Castro

Lisboa, Janeiro de 2016