quarta-feira, 17 de abril de 2013

E este é o mundo que nos pertence...




E este é o mundo que nos pertence…



Ao Jorge, o meu amigo/irmão


Mãos cheias de nada
e de vento
uma lágrima de sangue de uma criança
brilhando ao sol
ossos da fome pendurados na esquina
da esperança
olhares aflitos a sufocar os gritos
contra os muros da indiferença
mãos que falam e se agitam
e todo o mundo separado
pela fronteira da cegueira
E este é o mundo que nos pertence
e que nos deixaram
e que se perdeu na esfera do tempo
sem qualquer mudança!...

Alexandre de Castro

Lisboa, Abril de 2013

domingo, 10 de março de 2013

A minha “poeta”


A minha “poeta”

Nenhuma boca pode dizer as palavras 
que tu já me disseste 
nem eu as ouvirei, se alguém as imitar. 
Só pela tua boca, eu sei falar e respirar 
e nem precisas de inventar novas palavras, 
para  eu poder viver! 
Guardarei no meu silêncio os teus sussurros
de todas as palavras que me ofereceste 
mesmo aquelas que mais me doeram
e que eu já esqueci.
...
Por isso, tu serás sempre a “poeta”
a minha "poeta"!...
Mesmo que desertes
mesmo que tudo tenha de chegar ao fim.

Alexandre de Castro

Lisboa, Março de 2013

sábado, 9 de fevereiro de 2013

A dança dos astros

Vladimir Kush

A dança dos astros

Para a “poeta” Maria Azenha

foi quando os átomos
ensaiaram a dança onírica das valências
que a matéria perseguiu o rasto da luz
que inspirou a “poeta”
as lágrimas de uma nuvem
criaram os mares e as águas
e o hálito quente da sua boca ardente
desenhou na Terra a primeira metáfora
com que inventou a Vida…
depois, muito depois, gozando as delícias da eternidade
e as da infinitude da palavra,
esperou pelo Homem para inventar o amor
… e os átomos continuaram a dançar…

Alexandre de Castro

Lisboa, Fevereiro de 2013